A competição pode nos tornar pessoas irreconhecíveis, especialmente em um ambiente onde o alto nível de desempenho é constantemente cobrado.
No dia a dia das organizações, aprendemos a identificar os alvos estabelecidos, a lançar as flechas, a tentar atingir esses alvos incansavelmente. E, principalmente, a dar aquela olhadinha para a técnica e para o resultado do colega ao lado.
Precisamos parar e observar que tipo de flecha usamos, se atingimos pessoas de raspão nesta trajetória rumo ao alvo, e se precisamos mesmo nos comparar o tempo todo. Roberto Tranjan fala deste tema no livro O Velho e o Menino (que eu recomendo a leitura).
Talvez também seja hora de modular a nossa competição – impregnada devido aos anos de treinamento, reuniões e medições – e que já levou tanta gente boa ao suicídio, morte por stress, doença crônica ou a uma profunda infelicidade. Já vivemos bastante para entender que resultado financeiro nenhum vale a pena sem saúde física e mental, ética e alegria de viver.
Por isso, faça este teste – simples e curto – que foi elaborado apenas para nos inspirar a pensar sobre nosso grau de competição, e o quanto ela pode estar deteriorando nosso caráter.
Você tem alto nível de desempenho ou de desespero?
Leia a pergunta, pense em suas atitudes profissionais e responda: Sempre, Às Vezes, Nunca.
1. Quando você recebe um feedback sobre um ponto a melhorar, se sente um pouco injustiçado, levemente perseguido? Você pensa mais ou menos assim: “Eu trabalha muito por esta empresa, faço mil coisas certas sem reconhecimento. Mas quando cometo um erro, lá vem o feedback. Outros também cometem erros até mais graves e ninguém fala nada.”
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
2. Acha uma boa estratégia não compartilhar tudo o que sabe, para proteger seu emprego? Ouve pessoas falando sobre um time que coopera e não compete, mas no fundo sabe que se você quer se destacar, não pode compartilhar seus aprendizados, certo?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
3. O seu padrão mental é mais ou menos assim: quando um colega seu começa a se destacar, a receber elogios, ou é promovido, automaticamente você busca as falhas que ele comete, identificando os motivos pelo qual ele não deveria ser tão apreciado? (mesmo que não comente com ninguém).
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
4. Aproveita o momento de conversa com seus líderes para comentar pequenos deslizes de seus colegas, ou seus esforços e resultados – a título de desabafo, brincadeira, ou mesmo para ajudar na gestão?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
5. Você prefere atrasar um projeto a pedir ajuda para seu líder ou colegas? Quando pedir ajuda é inevitável, você se sente mal, um pouco incompetente?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
Resultado
Se você escolheu:
5 respostas “Nunca”: você parece ter um perfil mais colaborador, entende que não é perfeito e que ninguém é – e nada isso compromete sua auto estima equilibrada e o seu desempenho. Parabéns.
4 ou 3 respostas “Nunca”: Você tem um pouco de medo de se tornar obsoleto ou de ser substituído por alguém melhor, mas continua firme no propósito de não ficar paranoico.
2 ou 1 respostas “Nunca”: Não deve ser fácil comparar sua performance com seus colegas praticamente o tempo todo. Um dia você se sente o máximo, no outro você se sente um péssimo profissional. Você precisa imediatamente ler livros como The Advantage (Lencioni) ou O poder da Vulnerabilidade (Brene Brown).
0 respostas “Nunca”: Talvez deva investigar mais essa insegurança acentuada, com um profissional da área da Psicologia. Seu padrão mental, sentimentos e atitudes nocivos podem custar seu seu emprego, seu equilíbrio emocional e sua saúde.
Para concluir, é claro que este quiz não tem nenhum respaldo científico, mas seu objetivo é nos ajudar a identificar nossos padrões mentais, comportamentos habituais, falas que repetimos tanto que nem ouvimos ou notamos que são bobagens.
As situações se repetem em sua vida? Talvez seja hora de dar respostas novas a perguntas repetidas.
Escrito por Rosangela Souza e publicado no portal Carreira & Sucesso da Catho. Editado para o blog da Companhia de Idiomas.
Rosangela Souza (ou Rose Souza) é fundadora e sócia-diretora da Companhia de Idiomas. Graduada em Letras/Tradução/Interpretação pela Unibero, Especialista em Gestão Empresarial, MBA pela FGV e PÓSMBA pela FIA/FEA/USP, além de cursos livres de Business English nos EUA. Foi professora na Pós Graduação ADM da FGV. Desenvolveu projetos acadêmicos sobre segmento de idiomas, planejamento estratégico e indicadores de desempenho para MPMEs. Colunista dos portais Catho, RH.com, MundoRH, AboutMe e Exame.com. Desde 2016, escolheu administrar a Companhia de Idiomas à distância, e foi morar na Serra Gaúcha. Aos poucos, estendeu a experiência de Home Office em seu time e a empresa é um sucesso, também por isso. Quer falar com ela? rose@companhiadeidiomas.com.br ou pelo Skype rose.f.souza