Você estuda inglês há mais de cinco anos e não é fluente? Então é hora de analisar como você está (ou não está) aprendendo. Para começar, responda para você mesmo estas perguntas:
1. Seu inglês é bom?
Muitos amigos e clientes me pedem para testar o inglês deles, apenas para ter estas perguntas respondidas: Meu inglês é bom? Qual meu nível de inglês? Sou fluente? Meu nível já é intermediário, ou ainda estou no nível básico?
Um especialista pode responder todas elas e mais algumas, mas você pode ter alguns indícios do seu nível atual de inglês, mesmo sem ter um laudo profissional detalhado.
Como fazer isso?
Independentemente da escola onde estuda, se tem aulas particulares ou até se aprende sozinho, há maneiras de você medir seu nível de inglês, se não quer contratar uma hora de um especialista. Para isso, você pode:
– Tentar escrever como foi o final de semana
– Escrever uma conversa fictícia com uma pessoa que acabou de conhecer
– Assistir a uma série sem legenda ou ouvir música e perceber o quanto entende
– Conversar e trocar mensagens com um falante nativo do idioma
Veja que não estou sugerindo que você apenas aprenda inglês com estas ações. Estou dizendo que, através delas, você pode identificar onde está sua maior dificuldade:
– Entender o que ouve, entender o que lê, escrever ou falar em inglês
– Lembrar de palavras ou lembrar de estruturas gramaticais
O problema é que se você está matriculado em algum curso de inglês, há diversos fatores que podem comprometer sua percepção do quanto você de fato consegue se virar no idioma: o ambiente escolar, a grade de níveis, os estágios, as avaliações e a relação com o professor e seus colegas de sala. Tudo isso contribui com o aprendizado, mas você pode achar que sabe mais do que sabe, ou menos.
E nada disso é teste na vida real. E se você quer mais do que indícios, você precisa se testar. Sabendo onde está e quanto falta para ter domínio, fica mais fácil criar uma estratégia para você acelerar este aprendizado.
2. Está progredindo?
Quando você começa a aprender um idioma, tudo é novo e você realmente percebe evolução. O problema é quando você se aproxima do nível intermediário, chamado também de “nível plateau (platô)”. Você já tem comunicação eficiente, consegue se fazer entender, mesmo que falando devagar, ou pedindo para seu interlocutor repetir (e não compreendendo metade do que ouve, ou 30% do que lê). Dá pra se virar, e você não percebe evolução. Se não está exatamente estudando o idioma, você percebe até uma involução, ou seja, sente que está regredindo.
Será?
Para responder a esta pergunta, uma dica é terminar de ler um texto, ouvir uma música ou assistir uma série, e pensar: Quanto consegui entender?
Anotar algumas palavras novas, revisá-las durante aquela semana, e perceber se da próxima vez que as encontrar você lembra o significado.
Se quiser testar sua oralidade, tentar perceber porque demorou para estruturar uma frase – faltou uma palavra ou uma estrutura? Por exemplo: você não lembrou como dizer “sair da reunião” em inglês, ou não lembrou como usar o verbo “leave” no passado?
A ideia aqui é você perceber se as dificuldades estão diminuindo, aumentando ou se permanecem as mesmas. E também perceber quais são essas dificuldades. Só assim você escolhe uma maneira de atacar diretamente o alvo: a habilidade ou conteúdo que está ficando para trás.
3. O que precisa fazer para melhorar?
Você sente que seu curso está alinhado ao seu estilo de aprendizagem? Por exemplo, se você sempre aprendeu mais quando colocava a mão na massa, seu curso deve proporcionar atividades que fazem você praticar o idioma em situações reais, e não apenas através de exercícios em materiais didáticos.
Você conta os anos em que está matriculado em um curso, mas você conta as horas de estudo? Estudos comprovam que são necessárias cerca de 600 horas de estudo do idioma para você ter o domínio, saindo do nível iniciante. Mas cuidado: não conte aqueles minutos que você estava na aula, mas não estava concentrado (whatsapp/instagram?). Conte o tempo em que você de fato estava atento ao aprendizado – na aula ou fora dela – vale o tempo em que ficou assistindo uma série e anotando palavras novas.
Você explora os conteúdos do curso, ou apenas realiza tarefas solicitadas (às vezes nem isso)? O aprendizado de qualquer habilidade requer tempo de dedicação, e quanto mais relevante e divertido esta prática for, mais você vai querer repeti-la no dia seguinte. Ninguém aprende a tocar violão super bem apenas fazendo as atividades em aula, uma vez por semana. Pegar o violão e praticar, no aprendizado de inglês, significa… muita coisa! Ler, ouvir, assistir, jogar, e, principalmente, falar, se expor em diferentes contextos.
Se você está estudando há anos e ainda não é fluente, provavelmente algum elemento mencionado neste texto foi negligenciado por você, por sua escola ou professor. É hora de correr atrás e desenvolver as habilidades que faltam!
Escrito por Rosangela Souza e publicado na coluna semanal de inglês da Revista Exame. Editado para o blog da Companhia de Idiomas.
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