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Porque entender a letra das músicas que gostamos em inglês

 

No artigo anterior, sobre como estudar inglês com música, eu propus um pequeno teste: escolher 2 ou 3 músicas que se gosta e pensar se conhece a letra delas. E quando eu falo sobre conhecer, não me refiro a saber cantar de memória, mas a de fato conhecer a letra. Do que a letra fala? Qual é a história por trás da música? Será que a letra é literal ou ela tem uma interpretação mais complexa?

 

Toda música tem sua história e conhecê-la deveria ser tão importante quanto saber cantá-la, mas por algum motivo, muitas pessoas deixam essa história em segundo plano quando estudam inglês com música. Aliás, por algum motivo não. A principal razão para não nos aprofundarmos nas letras das músicas que gostamos é uma só: dá trabalho.

 

Entender a história das músicas no idioma que estamos estudando envolve pesquisa de vocabulário, um certo grau de análise gramatical e, principalmente, interpretação de texto. Só que esse trabalho não deveria ser visto como algo negativo, muito pelo contrário. Ir a fundo nas músicas que gostamos é bastante divertido, e chegar às nossas próprias conclusões sobre a história sendo contada é recompensador. E eu digo recompensador pois, além de ser um tipo de estudo muito completo, conhecer as músicas que ouvimos cria uma conexão ainda maior com elas.

 

Mas se a diversão no processo não for motivo suficiente, assim como a recompensa ao final dele, eu vou te dar então alguns exemplos práticos de músicas bastante famosas em inglês que muita gente acha que fala sobre uma coisa, mas na verdade falam sobre outra totalmente diferente. Será que vou conseguir te convencer da importância de entendermos as letras que cantamos?

 

PEARL JAM – LAST KISS

No artigo anterior eu contei a história sobre a noiva entrando no casamento ao som desta música. Last kiss é uma canção bastante conhecida, com uma melodia que remete a uma história de amor. De fato, a música fala sobre uma história de amor, mas talvez não seja a história de amor que você queira ouvir quando a noiva entra na igreja. Veja o porquê:

 

Oh, where oh where can my baby be?

The Lord took her away from me

She’s gone to heaven, so I got to be good

So I can see my baby when I leave this world

 

Oh, onde deve estar o meu amor?

O Senhor a levou para longe de mim

Ela foi para o Céu, então eu tenho que ser bom

Para que eu possa ver o meu amor quando eu deixar este mundo

 

(…)

I couldn’t stop, so I swerved to the right

I’ll never forget, the sound that night

The screamin’ tires, the bustin’ glass

The painful scream, that I heard last

Eu não pude parar, então eu virei para a direita

Eu nunca vou esquecer o som daquela noite

Os pneus gritando, o vidro quebrando

O grito de dor que eu ouvi por último

 

Com esses 2 pequenos trechos acima acho que dá pra notar que a história fala sobre um acidente de carro sem final feliz, não dá? Definitivamente, não é uma boa escolha para um casamento.

 

 

SCORPIONS – WIND OF CHANGE

Wind of change é uma das músicas mais famosas desta banda alemã. Lançada em 1990, ela é uma rock ballad muito bonita, com uma melodia pegajosa e uma inesquecível introdução assobiada. De tão bonita, ela muitas vezes é confundida com uma música romântica, tendo inclusive já aparecido em coletâneas de amor por aí.

 

Existem diferentes interpretações para a canção, inclusive com boas teorias da conspiração por trás dela (que não vou detalhar aqui). Na minha interpretação, Wind of change se refere à queda do muro de Berlim, ocorrida no fim de 1989. Apesar de a música não fazer referências diretas ao histórico evento, considerando a nacionalidade da banda, o momento em que ela foi lançada e juntando tudo isso com a letra sobre os ventos da mudança, o círculo se fecha. Um pequeno trecho que gosto muito é o que diz o seguinte:

 

The world is closing in

Did you ever think?

That we could be so close, like brothers

The future’s in the air

I can feel it everywhere

Blowing with the wind of change

 

O mundo está acabando

Você já pensou?

Que nós poderíamos ser tão próximos, como irmãos

O futuro está no ar

Eu o sinto por toda a parte

Soprando com o vendo da mudança

 

Seja qual for a sua interpretação final, Wind of change certamente não se encaixa em uma coletânea com baladas de rock românticas.

 

THE BEATLES – LET IT BE

Esta clássica balada lançada em 1970 pelos 4 garotos de Liverpool é uma de suas músicas mais famosas. Por isso, essa eu aposto que você conhece. Seja pela famosa introdução de piano, pelo refrão que se repete diversas vezes cantando o nome da música com uma melodia fácil de se memorizar, ou até mesmo pelo inesquecível solo de guitarra de George Harrison. Mas será que você achava que Let it be era uma música de amor? Pois é, essas baladas enganam a gente.

 

De acordo com o próprio compositor, Paul McCartney, Let it be é uma música com um tom de positividade. A música foi composta após um sonho, em um período difícil para ele. Neste sonho, a figura de uma mulher aparece e diz para ele que tudo ficará bem. Let it be, diz ela, com suas palavras de sabedoria. Deixe ser, e tudo ficará bem. Vamos olhar dois trechos?

 

When I find myself in times of trouble

Mother Mary comes to me

Speaking words of wisdom, let it be

Quando me encontro em tempos difíceis

Mãe Maria vem até mim

Falando palavras de sabedoria, deixe ser

And in my hour of darkness

She is standing right in front of me

Speaking words of wisdom, let it be

E nas minhas horas de escuridão

Ela está de pé bem em frente a mim

Falando palavras de sabedoria, deixe ser

Note que Paul fala sobre uma Mother Mary que, em uma tradução livre, se torna a Mãe Maria. Estaria ele falando de uma figura religiosa que aparece para ele quando ele não está bem? Segundo o próprio, a resposta é não. A Mother Mary da história nada mais é do que a própria mãe de Paul, Mary McCartney. Mary faleceu quando Paul era muito jovem, e provavelmente por isso Paul teve essa conexão tão forte com a sua figura, que apareceu para acalmá-lo quando ele passava por tempos complicados.

 

E aí? Você já conhecia a história por trás destas 3 músicas? Você tem uma interpretação diferente da minha em relação a elas? E quais outras músicas você conhece que não são o que parecem? Compartilha comigo no bruno@companhiadeidiomas.com.br

 

Até a próxima!

 

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