Estudei o tema em um curso pela University of London: Managing the Company of the Future. Ao analisarmos o que faltava em uma determinada era, entendemos os caminhos que a humanidade trilhou para driblar ou suprir a falta daquilo. Boa reflexão nos dias de hoje!
Era Industrial
Palavras-Chave: Produção, Fábricas, Sistematização.
O que era escasso? A Mão de obra e o Capital.
Quais empresas obtiveram sucesso? Aquelas capazes de identificar, reter e expandir o que era escasso, ou seja, aquelas que conseguiram atrair mão de obra e capital, transformando-os em vantagem competitiva. Algumas empresas conseguiram e se diferenciaram. Mas aí o tempo passou e estes recursos deixaram de ser escassos. Tinha gente disposta a trabalhar, e tinha dinheiro para ser investido na produção. Ford e sua linha de montagem simbolizavam a eficiência operacional, mas já não demonstravam a eficácia de atuar em um mercado mais exigente.
Era da Informação
Palavras-Chave: Virtualização, Automação, Serviços, Internet.
O que era escasso? O Conhecimento.
Descobriram que os funcionários não eram só um par de mãos, eles tinham cérebro. Tiveram de aprender a buscar conhecimento no mar de informação que tinham. Confiavam em tudo o que aparecia na internet, como no passado seus pais confiavam nas marcas que apareciam nas propagandas de TV. Aos poucos, deixaram a ingenuidade de lado e aprenderam a ser bons bibliotecários: conseguiam localizar dados em fontes confiáveis e com relativa agilidade. Mas estavam ainda aprendendo a adquirir o tal Conhecimento, e a se relacionar com as pessoas virtualmente. Para as empresas, o Conhecimento já não era escasso, pois já era possível acessar softwares e fornecedores de serviços como Inteligência de mercado, dados geopolíticos e tantas informações, proporcionando ganhos. O conhecimento já não era escasso. Com a chegada dos smartfones, entramos em uma nova era.
Era da Sociedade em Rede
Palavras-Chave: Mobilidade, Compartilhamento, Colaboração, Rede, Sustentabilidade.
O que é escasso? O foco, a atenção, o tempo e a disposição para se relacionar de forma presencial.
O fácil acesso à informação e ao conhecimento (inteligência de mercado) não nos deu necessariamente Sabedoria para tomar decisões acertadas. O excesso de informações nos causou déficit de atenção, falta de foco e baixa produtividade. Já somos bons bibliotecários, porque localizamos boas fontes rapidamente, mas nos distanciamos do ser acadêmico, do pesquisador – aquele que, sozinho, pensa, interpreta, relaciona um dado com tudo o que ele já aprendeu e viveu e cria algo novo.
É importante nos lembrarmos que o fato de ser escasso não quer dizer que não exista. Mas vai se diferenciar o profissional ou a empresa que não se dispersar neste mar de letras, números, imagens e vídeos. Aquele que souber interpretar o que vê – também na vida real – e criar algo relevante para os anseios da sociedade atual.
Fonte: Rosangela Souza para Portal Catho

Especialista em Gestão Empresarial com MBA pela FGV e aluna do Pós-MBA da FIA/USP. Desenvolveu projetos acadêmicos sobre segmento de idiomas, planejamento estratégico e indicadores de desempenho para MPMEs. Colunista do portal da Catho Carreira & Sucesso.