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Crença: simplesmente aceitá-las?

Crença é algo que nos dá direção e significado na vida, mas também pode nos prejudicar. Uma curiosidade antes de continuar com o tema: a palavra crença tem a mesma raiz da palavra opinião em grego (doxa), ou seja, é algo pessoal.

Crenças são aprendidas na infância e carregamos para a nossa vida adulta. Na crença não cabe a dúvida ou incerteza, crer é tomar algo por verdade certa, independente de comprovações sociais ou científicas. Crer é confiar, acreditar, apostar em algo apenas pela convicção de que ali está a verdade, pode-se dizer que a crença nos move a agir. No entanto, a crença também pode ser muito perigosa, uma vez que acreditar cegamente pode funcionar tanto para o bem quanto para o mal.

[CORTAR]Evidentemente, algumas são verdadeiras, outras não. As crenças começaram através de histórias e costumes. Elas são transmitidas pela religião, educação, mas principalmente por nossos pais. Temos dois exemplos extremamente conhecidos: Gandhi pregou a paz, Hitler pregou a guerra e o racismo, ambos criaram uma verdade absoluta e lutaram por ela a vida inteira. A crença pode criar tanto quanto destruir.

Quando somos crianças, pequenas e dependentes, ouvimos sem questionar, acreditando em nossos pais e nos adultos mais próximos, como se fossem donos de toda sabedoria e verdade, afinal são nossas únicas referências. Começamos aprendendo em casa com nossa família… Depois, conforme vamos crescendo, aprendemos na escola, com a televisão, Internet… Enfim, são infinitas as mensagens que recebemos diariamente das mais diversas fontes. Muitas são captadas sem percebermos e ficam registradas em nossa mente.

Muito de nosso sofrimento tem origem nas crenças que carregamos. Cada um de nós tem de identificar aquilo que um dia aprendeu e que continua acreditando como sendo verdade absoluta, apenas seguindo como se fossem regras impostas, sem questionamentos. Quem nunca ouviu: “Homem que é homem não chora?” E vemos tantos engolirem suas lágrimas, como se o fato de terem sensibilidade e sentimento os fizessem menos homens. Quantas pessoas continuam dentro de um relacionamento afetivo sem amor, companheirismo e amizade, só porque um dia aprenderam que casamento é para sempre?

Muitos de nós tem pensamentos mágicos como: “Quando casar todos os problemas serão resolvidos”, ou ainda: “Serei feliz quando conseguir comprar uma casa, ter um filho, um diploma, ter uma renda superior a que tenho”. Esses exemplos são reflexos de crenças aprendidas e que são carregadas dentro de nós como verdades. Crenças que são simplesmente seguidas e que não condizem com os nossos próprios valores.

As crenças também são a origem de várias culpas que temos. Muitas nos fazem acreditar que se não as seguirmos, estaremos no caminho errado outras limitam o nosso comportamento ou a nossa capacidade de produzir, obedecendo aos comandos do cérebro. Quando acreditamos com convicção que alguma coisa é verdade, é como se elaborássemos uma profecia que tem o poder de se auto-realizar, pois mandamos um comando ao nosso cérebro para representar o que está ocorrendo. Por isso, é tão importante identificar quais são as crenças que queremos continuar a ter.

A minha proposta é visitar a nossa Home Page de crenças e fazer um update(atualização), jogando para a lixeira aquilo que não nos serve mais. Tudo muda, não podemos ser rígidos e inflexíveis em nossos pensamentos, pois eles refletirão em nossas atitudes. Quando nossa própria voz for ouvida, é certo avaliar se está contaminada por crenças antigas e que podem – e devem – ser reavaliadas e atualizadas, agora sem mais permitir que conduzam sua vida, mas considerando nossas próprias verdades e necessidades mais íntimas.

Tudo que ouvimos, lemos e vemos deve ser analisado, e não apenas aceito passivamente. Devemos sim buscar orientação e informação. Porém, a decisão final sempre caberá a cada um de nós. Busque a tão almejada paz interior por meio do constante exercício de reflexão e diálogo interno. Nossas emoções são os sinais do nosso mundo interior e exterior. Elas nos avisam o que devemos ou não fazer. Por isso, pare por alguns segundos e perceba o que está sentindo. O cérebro somente faz o que lhe ordenamos. Ele não cria nossa realidade. Nós a criamos. E o que nós criamos, a qualidade de nossa realidade depende de nosso sistema de crenças. Há crenças que favorecem a excelência, outras que criam obstáculos. Como o nosso sistema de crenças depende exclusivamente de nós mesmos, por que não ajudá-lo a escolher as que nos façam crescer como seres humanos?

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