by Google Translate
Como ter mais inglês no dia a dia

 

Se você acompanhou minhas primeiras colunas, deve ter notado que eu falei mais sobre constância e disciplina com os estudos do que sobre inglês ou idiomas no geral.

E por quê? É bem simples. O que é mais fácil pra você? Fazer uma pequena prática de estudo ou encontrar tempo para fazer essa pequena prática? É bem possível que você tenha respondido que é mais difícil encontrar tempo pra fazer do que, de fato, fazer. Nossa vida, de forma geral, é sempre muito ocupada, com muitas demandas de trabalho, pessoais, lazer, vida social, descanso e, ainda assim, precisamos encaixar o estudo do inglês no meio disso tudo.

Mas será que dá pra gente otimizar um pouco as nossas tarefas diárias e, ao invés de encontrar um espaço exclusivo pro estudo do idioma, nós tentarmos incorporá-lo às atividades que já fazemos? Eu acredito que sim, e neste artigo quero te ajudar a fazer um 2 por 1 com seus estudos, utilizando suas atividades diárias para estudar um pouco de inglês. Afinal, se você já se convenceu do poder dos 5 minutinhos por dia pra evoluir constantemente, o próximo passo é descobrirmos o que fazer nestes 5 minutinhos. Vem comigo!

Vamos começar entendendo que o estudo do inglês envolve a prática de 4 habilidades básicas, sendo 2 receptivas (leitura e escuta) e 2 produtivas (fala e escrita). Qualquer prática diária que você escolher, provavelmente, vai envolver mais de 1 habilidade, sendo que algumas terão um foco maior, e outras um foco secundário. Por exemplo, se você escreve um e-mail em inglês você está diretamente praticando sua escrita. Indiretamente, no entanto, você está refinando sua produção oral (fala), assim como sua leitura, com aquisição de vocabulário novo que você pode ter precisado pesquisar para escrever esse e-mail. Está tudo interligado, e essa é a magia de se aprender um novo idioma.

Tendo isso claro, agora vamos ver algumas atividades do dia a dia que podem ser usadas para também estudar inglês.

 

E-MAILS (escrita / leitura / fala)

Apesar de os e-mails estarem aos poucos caindo em desuso em muitas profissões, eles ainda são uma fonte riquíssima de prática de escrita. Mas você pode considerar qualquer outro momento de escrita no seu dia, como por exemplo, a troca de mensagens via messenger no trabalho.

A primeira coisa que eu sugiro é você não usar um tradutor. Com a correria do dia é tentador recorrer à ferramenta, mas lembre-se que aqui também é um momento de estudo, por isso, respire fundo e tente você mesmo redigir sua mensagem. Você pode até tentar checar com o tradutor depois, comparando as 2 versões, desde que sempre se lembre que o tradutor automático não é uma ferramenta precisa e pode cometer erros crassos.

Outra forma de usar seus e-mails diário a seu favor é na aquisição de vocabulário. Quantas vezes você já precisou pesquisar uma palavra ou expressão nova para escrever uma mensagem? E o que você fez com essa palavra depois? Você a guardou ou ela se perdeu no limbo? Pois é, aqui temos uma ótima oportunidade de ampliar o vocabulário com uma atitude bem simples: a montagem de um glossário pessoal. Não precisa ser nada rebuscado, pode ser um arquivo na sua área de trabalho. Pesquisou uma palavra nova pra mandar o e-mail, já coloca ela no seu glossário. Simples e rápido. Assim, você vai aumentando seu próprio banco de palavras e aos poucos vai consultando menos o dicionário/tradutor, e usando mais o seu próprio glossário.

 

REDES SOCIAIS (leitura / escuta)

Se você gosta de investir uns bons minutos do seu dia nas redes sociais, por que não investir uma parte deste tempo em consumir inglês? De todas as páginas ou pessoas que você segue, quantas produzem conteúdo em inglês? E destas, quantas de fato você consome e quantas você passa reto no seu feed?

Tenha certeza que, seja quais forem seus interesses, tem muito conteúdo bom sendo produzido em inglês pelas redes. Seja texto ou vídeo, quanto mais você consumir, mais você vai incorporar o inglês à sua rotina. Não importa se você gosta de ler sobre investimentos, receitas saudáveis ou simplesmente ver memes. Procure uma parte deste conteúdo em inglês e vá aos poucos se acostumando a estar imerso no idioma. Ah, e aqui também vale a dica anterior do glossário pessoal. Viu uma palavra nova? Já coloca no glossário.

Se você for um pouco mais iniciante e ainda não se sentir seguro em ler conteúdo em inglês pelas redes, você pode começar de forma mais leve com uma pequena mudança. Que tal configurar os seus aplicativos de redes sociais para o inglês? É um ótimo início que, apesar de parecer pouco, não é, já que todo contato com o idioma no seu dia te ajudará de alguma forma.

 

JOGOS / VIDEO GAMES (escuta / leitura / escrita / fala)

É fã de jogos? Então jogue em inglês.

Particularmente, não sou um grande fã de games hoje em dia, mas aprendi muito inglês quando passava longas tardes jogando com meus amigos quando adolescente. Meus alunos não raramente comentam sobre a minha capacidade de saber os nomes dos mais diversos países em inglês e suas respectivas bandeiras. O que eles não sabem é que isso foi resultado de muitas horas jogando futebol na telinha da TV de tubo.

Na minha época, já denunciando minha idade, a grande maioria dos jogos, se não 100%, eram em inglês. Ou seja, não tínhamos opção: ou tentávamos entender o idioma ou não jogaríamos. Hoje em dia temos o contrário, com a maioria dos jogos tendo variadas opções de idiomas. Desde as configurações do jogo até as narrações das histórias, com dublagens impecáveis como nos melhores filmes.

Ou seja, jogar em inglês hoje é uma opção. E se você tem essa opção, por que não a escolher? Talvez dê um pouquinho mais de trabalho mas, de novo, lembre-se que pode ser um momento de estudo pra você também. História rápida: há 10 anos mais ou menos sofri um acidente de moto e fiquei alguns meses de molho, o que me levou a comprar um video game para passar um pouco do tempo. Comecei a jogar uma trilogia baseada em contos da mitologia grega e fiz questão de manter o jogo 100% em inglês. Não apenas aprendi os nomes de muitos personagens mitológicos em inglês, como foi uma ótima prática de escuta com os diálogos entre os personagens, misturando o sotaque americano do personagem principal e o sotaque grego de outros.

E se você joga online, você ainda tem a chance de usar as habilidades produtivas da escrita e da fala. Quem diria que jogar video game seria uma das atividades mais completas em inglês, não é mesmo? Ah, se nossos pais soubessem disso…

 

COMPUTADOR / CELULAR / APPS DE MAPAS (leitura / escuta)

Você tem um computador? E um celular? E neste celular você tem algum aplicativo de mapas que usa para se deslocar na cidade?

Arrisco dizer que você respondeu sim para as perguntas acima, então que tal configurar todos eles em inglês também? Novamente bato na tecla da imersão aqui. Ao usar seus gadgets você talvez nem perceba o óbvio, que todos estão em português. É natural, você já se acostumou e isso passa despercebido. Mudar o idioma nativo deles para o inglês vai te ajudar nesta pequena imersão diária, te fazendo pensar um pouco mais ao utilizá-los e, claro, eventualmente aumentando o seu vocabulário.

E se você, assim como eu, virou dependente dos aplicativos de mapas e os utiliza até pra ir nos lugares que você sabe chegar sozinho, experimente colocá-los em inglês e ouvir as instruções de deslocamento no idioma. Muito do vocabulário usado pelo aplicativo para te guiar pela cidade pode ser usado em diversas outras situações diferentes, além de, claro, você poder praticar a sua escuta. Dependendo do aplicativo, você pode até escolher pessoas diferentes e ir mudando os sotaques, entonações e tudo o mais.

Agora, uma pergunta: sentiu falta das dicas sobre filmes e música? Se sim, então fique ligado nas próximas colunas!

E você tem outras ideias de como incorporar o inglês à prática diária? Você faz ou conhece alguém que faz algo diferente? Compartilha comigo, quero muito conhecer outras táticas e estratégias.

 

See you soon!

 

Escrito por Bruno Braga para a revista Exame.

[simple-author-box]